quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Da Lua


De encher os olhos, em meio ao tudo e ao nada,
Diante da qual e sob a mesma todo o mundo
Passa, inexpressiva em sua face mais nevada
Se encontra imersa no silêncio mais profundo.

Inalcançavelmente linda e imaculada,
Pálida de terror ante o desejo imundo
Dos que se enfim tivessem-na não fariam nada,
Doentia a sua luz inspira versos infecundos

Que se outrora eram de cantigas tão bucólicas,
Caso não desde sempre, a começar de agora
Sucedem-se tais fossem insuportáveis cólicas!

Paira envolta por um espectral mistério...
E após voltas a cada ciclo noite afora
É finalmente expulsa tal qual óvulo estéril!

19 de setembro de 2012 - 01h 38min
João Pessoa  - Paraíba  -  Brasil

Adolfo J. de Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário