quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Cajueiro II



Diz-me: haverá o que o mundo possa consternar?
Por maior que seja, até sem fim! uma tristeza
Jamais algo consegue vir a me abalar
Mais que sobre si o juízo da Mãe Natureza.

Grossos os troncos de um cajueiro com leveza
Dançam ao vento. Seus frutos a despencar
Sem haver quem os salve, apanhe. Eis a beleza
De tudo: tal o espírito a se libertar

Do corpo, adocicado um perfume se evola
A partir do chão frio e sujo rumo às alturas,
A carne apodrecendo de despeito ante a alma

Enquanto uma noite a mais se desenrola
Como todas as outras, tão fria quanto escura.
Contudo, perfumada, muito mais calma...

09 de novembro de 2013 - 03h 49min
João Pessoa - Paraíba - Brasil

Adolfo J. de Lima

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