domingo, 20 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Grilo
Do teu quarto podes ouvir o mar:
Aqui somente o silêncio da lua,
Algum rumor entre os grilos da rua,
Enquanto uma a uma estão ondas a quebrar...
Quando a aurora viesse a despontar
Queria eu estar junto à cama que é tua:
Não te observar dormir, seminua,
Mas um ótimo dia te desejar
Ao despertar-te com no rosto um beijo,
Nos lábios caso fosse o teu desejo...
Ah! o mar... O mar é sempre tão tranquilo...
Torna-se um com a treva em que me vejo
Quando a noite em segredo eu te desejo
─ Enquanto lá fora há um rumor entre os grilos...
16 de julho de 2011 – 01h 26min
“Nas noites frias poderia ser como um cobertor”
É curto o lençol com o qual vou dormir:
Se de um lado o puxo eu, do outro fica a faltar...
E esta chuva! Parece nuca diminuir!
E este frio! Este frio que continua a aumentar!
O vazio que é não ter aqui a muito sorrir
Satisfeita, feliz por mim esquentar
Quando ainda a chover das estrelas o luzir
No fundo dos teus olhos posso admirar...
Pedaço de tudo que irá me completar,
És o pedaço de pano que está a faltar!
Cuja a ausência rouba-me a noite tranqüila
E também a alegria de contigo sonhar,
De sonhar com os lábios teus a os meus beijar,
De teu nome em um verso revelar, ...
14 de julho de 2011 – 01h 36min
Tributo a Augusto dos Anjos VI ─ Justiça
Viva enquanto não estiver a te roer
Os olhos a insaciável cria da morte.
Viva enquanto perdurar a tua sorte
Quando será a tua medula a verter
Entre as presas de quem te todo porte
As criaturas está a esperar morrer
─ E trata de nunca tentar correr
Quando para onde não há: É a lei do mais forte
Que injustos dos fracos não discrimina,
Que por toda a criação se dissemina
Feito peste sem poupar a ninguém.
O que devia ser dádiva divina
Resume a existência a uma cruel sina:
Condena, a vida, sem olhar a quem.
12 de julho de 2011 – 23h 45min
Soneto Insone II
O deus do sono chama-se Morpheu
Porém este deus é um deus mitológico
Cuja inexistência, um ato diabólico,
Muito tem perturbado o sono meu...
Reviro-me na cama e concluo eu,
Vítima de algum raciocínio lógico,
Que isto é fruto do meu psicológico,
Que não existe um deus de nome Morpheu...
Mas há algo em mim dizendo pressentir
O sono que parece nunca vir
Oculto em baixo do meu travesseiro
Enquanto Morpheu fica só a assistir
Quem se atormenta por tentar dormir,
Aos bocejos: mais um deus trapaceiro...
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