quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sobre o nosso (muito mais do que muitíssimo breve) primeiro beijo

E pensando na maneira de voar
Do beija-flor, minha formosa flor,
Feito ele que parece não cansar
Quero te amar e te chamar meu amor

Por onde ─ e pelo o que ─ a gente passar
Feito o beija-flor beija cada flor
A parecer incapaz de cansar
Enquanto amas e me chamas meu amor.

Tão brevemente entra em nosso jardim
O beija-flor com a sua simpatia;
De uma em uma cada flor ele as beija

Todas, mesmo a ser tão pequeno... E veja!
Breves igual a ele ─ quem lembraria?! ─
Fomos quando foste toda para mim.

30 de agosto de 2011 – 23h 23min

Índios

É, a ignorância, uma dádiva da inocência?
Da inocência que foi morta pela ganância
Do covarde que apenas ante a ignorância
Arriscou-se a mostrar a sua fútil potência?

Pena é do que não tinha a mínima consciência,
Do que nos espelhos ─ um ato vil de confiança ─
Não viu a onipotente ânsia, bruta arrogância
De quem usurpou sem medir as conseqüências.

Podre é o pau-brasil, negro é o brilho dos metais,
Quebrado o tacape, o arco e a flecha quebrados,
A pólvora queimada, as lâminas partidas,

Cultura dizimada, a nada reduzida
Se comparas ao esplendor de tempos passados...
Urucum misturado ao sangue dos ancestrais!