quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Princípio da revisão de princípios

Frio, contudo nunca inescrupuloso,
A ponto de ser cínico paciente,
Mesmo que eu mostre o quão sou carinhoso
A fim de disfarçar cinicamente

As coisas que jamais me saem da mente:
Tão gostoso o perfume em seu pescoço,
O seu tom quase sempre tão carente,
Seu jeito de olhar muita vez manhoso...

Prazer: Pelos Escrúpulos Eu Traído!
Pelo Respeito Para Trás O Posto,
A Calar E Assim Rever Com Desgosto

Os Princípios Que Sempre Havia Seguido:
Pela Falta De Escrúpulos Atraído,
Prazer: Até Mais, e Um Beijo No Rosto...!

29 de janeiro de 2013 – 08h 01min
João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil


Adolfo J. de Lima

Revisão de princípios – A esmo nada além de si mesmo

Pois é preciso princípios rever,
De mim mesmo me insinuar o inimigo:
Um dia poderei vir a em paz morrer
Se eu se quer posso conviver comigo

Por ela não me desejar consigo?!
Pois pode sofrer, pode fenecer,
Pode não ser nada: a partir de amigo
E nada além disto, um amigo, ser.

Se a princípio uma paciência de Jó
Tive um término tem todo princípio:
Ter princípio mereceria algo tão ímpio?!

Sendo assim a si almeje e seja pó!
Sonho ser?! só se engendrado uma vez
E abortado, inda assim, pelo ser talvez!

24 de fevereiro de 2013 – 22h 26min
João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil


Adolfo J. de Lima

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Rainha de copas

Antes de tudo: isto não é um soneto, contudo além de escrito sob uma forma bem fixa o blog é meu.




Rainha de copas
            A todos aqueles que lêem livros rasos, contudo àquelas duas em especial...
Temo, superficial supérflua superfície:
Haverá o que de mim em ti eu confidencie?
Tenho-te às mãos e julgo a tua imagem bonita:
Sou superficialista? O teu naipe e a tua cor
Vejo, e temo a pensar no valor do teu amor
Por palavras tão superficialmente escritas:

Rainha de copas és em meio aos hindu-arábicos,
Representação destes meus metros silábicos;
És em minhas mãos, a pose de austeridade
Mais bonita e inda assim se ponho-te virada...
Desminta-me: se não podes me ver tu nada
Vês além de tanta superficialidade!

Ó! supérflua superfície superficial,
Eu já sinto um pesar! Sinto que me leias mal
Por eu melhor, quase tão bem, ‘star escrevendo!
E por bagunçar o plano que eu tenho em mãos
Quereres temo, e grande alguma confusão
Até parece que aqui escrita já estou vendo!

Confusão uma em meio ao meu bem marcado jogo...
Podes ser rainha, mas eu sozinho não jogo.
Mesmo rainha num baralho somente há duas
Cartas posando assim, igualmente dignas.
E saiba, se isto ainda tanto não te indigna:
Rainhas, entretanto em nossas QUATRO mãos nuas!

E és de cores tão vivas e inda assim tão fria...
Contudo como é que a si mesmo tu lerias?
O teu coração reside na superfície,
És de copas e o teu amor se resume a uma imagem,
Raro pareceste ir muito além destas margens:
Eis o temor que aqui a princípio eu te disse!

Das palavras desejas se manter viva
Contudo como, se em ti o que cada uma aviva
É incapaz de dar vida às seguintes palavras?
Como apreciar se contudo cheios destes contudos
Os escritos que mais dizem então se verem mudos,
Frustrados, sem valor apesar da escrita cara?

Pense então na mão que a tua realeza desenha
E pense na tua boa mão de engendrar resenhas:
Tens um cetro e tu o moves com toda a destreza
Contudo o teu meneio logo será esquecido:
Os teus melhores livros terão merecido
Isto? Que isto faz da tua suposta realeza?

Banal, mas é profundo e imenso: reconheço.
Contudo se somente algo tem sido impresso
É o tratar supérfluo dado às obras de arte.
E a reconhecer não sou o único, e não me livro
Disto que há de ser tal a leitura dos teus livros:
Mesmo rainha ao fim de jogo serás descarte...

25 de fevereiro de 2013 – 01h 32min
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Adolfo J. de Lima

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Deus está morto!"

”Deus está morto!”
Feito o bom penitente que se ajoelha
Pois assim a sua alma vil à luz se eleva
Cansa-se o sol, a sua pálpebra vermelha
Fecha e assim sobre o mundo se ergue a treva.

Por juízo, algo mau, um juízo foi imposto a Eva
De tudo o que ao divino se assemelha
Mãe: e então o homem hoje o Deus do ontem releva
– Na pequenez do homem que se avermelha

O deus que morreu enquanto a adormecer
Eram os homens na própria vergonha!
Deus que louco morreu por sua piedade,

Que amam fazendo o homem à cruz sofrer,
Que ao homem que ser Super-homem sonha
Chamam e vingam com falsa humildade...

21 de fevereiro de 2013 – 22h 13min
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Adolfo J. de Lima

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Tão mal, feito raro, querendo esquecer

À minha Sakura



Muito bem, como sempre, inda recordo...
Contudo nalgo não desejo crer:
De mim será o que, inda há o que eu possa ser?
Parece-me que toda vez que acordo

Faço-o num sonho ruim: o que fazer?
Só de escrever os meus dedos eu mordo:
Lembro o desacordo em comum acordo,
Me arrependo por não me arrepender,

Por ter me irritado muito me irrito,
Pela aflição que antes não senti aflito;
Por toda a tristeza ainda assim tão triste

O belo busco no que não é bonito
Para não ver o término infinito
De uma chance que eu nem sei se inda existe...

12 de fevereiro de 2013 – 03h 58min
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Adolfo J. de Lima

Anjo de pedra


Virias a acreditar que eu, um anjo, minto? 
Sempre uni e unirei as minhas pequeninas
Mãos pela alma desta inocente menina,
Porém pela sua morte eu nada sinto!

O que sentir pelo que jaz extinto
Se nem mesmo a vida me desatina?!
Certo, aqui a “existência” se descortina,
Porém pela sua morte eu nada sinto!

Que se dane a beleza extraordinária
Da tristeza em minha face: não há tristeza!
Confundes a dó pelo meu desprezo,

A que me tornou estátua funerária
A fim de que com tanta sutileza
Da minha existência amenizar o peso...

13 de fevereiro de 2013 – 01h 37min
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Adolfo J. de Lima

Bárbara Barbara


A Barbara Sá, pelos sms muito mais eróticos que 50 tons cinza
 
É paixão e ódio, Barbara. Tu não me és nada
E inda assim coisa tão bárbara em minha vida:
De amor cada promessa ligeiro abortada
E cada jura de ódio que não será vivida.

É aquela coisa sempre tão desinibida
Sem verdadeiramente ser a depravada:
É como a fúria de uma mulher mal comida,
Sem tesão o tesão da fome escandalizada!

Relação senta não trepa, trepa não goza,
Morde e assopra, romance onde ninguém se envolve
Neste lambe e belisca! E com o outro se bole

Tanto, as palavras suando de tão maliciosas,
Que já insinuam cumplicidade de um 69
A nível do famigerado chupa e engole!

14 de fevereiro de 2013 – 00h 00min
João Pessoa  -  Paraíba  -  Paraíba

Adolfo J. de Lima