Mero suspiro dos cânticos celestias
És, sopro das sombrias sinfonias tempestuosas,
Ressoante coração destas frias catedrais
Sempre tão monumentais quanto silenciosas.
E tu pulsas nas imagens destes vitrais
Moldados à imagem de notas harmoniosas
Que vezes sinestesicamente infernais
Assombram as almas outrora jubilosas.
Traduziste bem o Bem e também o Mal
No ar e foste instrumento supremo, contudo
O verso silencioso que imortalizou
A ancestraliedade desta tua catedral
É o verso ante o qual tu há de permanecer mudo:
Não sopras o ar que há em mim. Suspiras o que eu sou.
12 de janeiro de 2012 ─ 22h 04min
Adolfo Justino de Lima
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