sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tributo a Augusto dos Anjos VII – Devorador de sonhos

Nada mais que um mendigo megalomaníaco
Em minha insanidade eu compreendo e sou o mundo.
Então eu percebo o quanto eu mesmo sou imundo
Durante um único minuto hipocondríaco:

Vejo-me refém num etéreo submundo
Governado por seres vis e demoníacos
Feito muito inutilmente tenta um paralítico
Escapar do limo de um buraco sem fundo.

Pastor de um rebanho de ovelhas desgarradas
Em um campo infestado de lobos medonhos
Eu sigo, egocentrista, o rastro de meus sonhos

Como um fantasma a penar por vidas passadas
Sem crer na vida reduzida ao mesmo nada
De onde nascem e pra onde tornam nossos sonhos.

            13 de julho de 2011 – 01h 35min

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