terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tributo a Augusto dos Anjos III – Crise existencial

Discutíamos eu e a minha caveira,
Arrogante que sou, com ar de filósofo,
Quem, pro despeito do vazio e do mofo,
Será agraciado com a porção primeira

Quando eu, filho da primeira rameira,
Batizado com o nome de Adolfo,
Desde que eu posso me recordar sofro
De um mal que nem imaginar tu queira.

Eu e a minha caveira discutíamos
Quem o veneno com o passar de anos
Destilado no final irá sorver:

Mal que somente a alma causa danos,
Que é não saber se eu odeio ou se eu amo,
Que é a própria existência não compreender.

            30 de junho de 2011 – 03h 31min

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