domingo, 23 de outubro de 2011

Tributo a Augusto dos Anjos II

Nossa alegria faz-se no alheio tormento ─
Senhores de um mundo desfeito em ruínas
Nossas vidas e nossos argumentos
Nada mais valem que fezes e urina


Quando irmãos confabulam na surdina,
Numa paz que imita a do firmamento,
A morte dos pais, a carnificina
Na qual sem chorar único lamento


Os vermes se fartam a festejar
Pelos corpos frios que não irão saciar
Somente a eles mas também a sua cria


Numa ironia que é de se admirar
─ Enquanto estão alegremente a valsar
Nossas almas ante as carcaças frias...

30 de junho de 2011 – 03h 00min

Nenhum comentário:

Postar um comentário